22 dezembro 2018

fernando echevarría / na aldeia




Na aldeia, os anjos quase que ficam sendo
lugar de paração. Por onde as árvores
só desenvolvem o tempo
na poeira das quelhas sem idade.
O estio mensura-lhes o alento.
E a secura estende-se imutável
pela atenção de ver como o silêncio
isola cada ruído na sua eternidade.
Mas é nos adros, quando o calor o eixo
imobiliza da tarde,
que o anjo das aldeias nos aparece aberto
respeito onde o azul quase que range.



fernando echevarría 
geórgicas
afrontamento
1998






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