04 outubro 2017

adonis / movimento



Viajo para fora do meu corpo e dentro de mim há continentes
que não conheço. O meu corpo
é um eterno movimento no exterior de si.
Não pergunto: De onde? Ou onde estavas? Pergunto, para
                                                                      [onde vou?
A areia olha-me e transforma-me em areia,
E a água olha-me e irmana-me com ela.

Na verdade, não há nada para obscurecer a não ser a memória



adonis
arco-íris do instante
antologia poética
tradução de nuno júdice
dom quixote
2016




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