25 setembro 2017

narciso pinto / juras de mora







Servirá o amor –
De plano-poupança para o devir?

Na alma urgem-nos brancas
Enquanto barbeamos projectos ao espelho…
E a felicidade, por certo,
Ficar-nos-á sempre uns números acima…

Ao mínimo infortúnio
O absurdo leva incrédulo as mãos à cabeça!
É nada mais o amor –
Do que um telhado sem fundações;

[a mesa indisposta
e atrasados para a morte,
enquanto não se lava a loiça
com vista a enganar a fome]

Em sendo musgo, somente –
É que nos fundiremos na pedra…

(há gente que acende cigarros
e se assusta.)



narciso pinto
fundos perdidos
pangolim
líricas & patuás
língua morta
2017




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