09 abril 2016

nuno júdice / botânica sentimental



No meio de algumas folhas, uma
outra folha: esta, seca, arrancada
de um ramo por mãos que
já não existem. De que recordação
terá sido o pretexto? Oferta de quem
a quem, quando a primavera se
prestava a esses jogos? Hoje,
porém, não é mais do que isso: a folha
que cai de um livro e que,
por um escrúpulo de limpeza,
alguém deita para o lixo.



nuno júdice
a fonte da vida
quetzal
1997



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