11 maio 2015

fernando luís / num café de bolonha


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Desceu a ponte
e caminhou pela fria margem.
As infiguráveis alegrias
da sua vida, os amigos,
a amargura.
A cruel sedução dos corpos
roubara-lhe repouso
e juventude.

Ao sorriso seguiu-se
o esgar: à esperança
o trajecto

entre o café, a cama
e a afeiçoada ponte do jardim.


fernando luís
num café de bolonha
as escadas não têm degraus 3
livros cotovia
março 1990



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