Dou-te um nome de água 
para que cresças no silêncio. 
Invento a alegria 
da terra que habito 
porque nela moro. 
Invento do meu nada 
esta pergunta. 
(Nesta hora, aqui.) 
Descubro esse contrário 
que em si mesmo se abre: 
ou alegria ou morte. 
Silêncio e sol - verdade, 
respiração apenas. 
Amor, eu sei que vives 
num breve país. 
Os olhos imagino 
e o beijo na cintura, 
ó tão delgada. 
Se é milagre existires, 
teus pés nas minhas palmas. 
O maravilha, existo 
no mundo dos teus olhos. 
O vida perfumada 
cantando devagar. 
Enleio-me na clara 
dança do teu andar. 
Por uma água tão pura 
vale a pena viver. 
Um teu joelho diz-me 
a indizível paz. 
antónio ramos rosa
estou vivo e escrevo sol
1966 
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