11 junho 2014

joão habitualmente / nem tanto ao mar



Amo o mar
porque não tem fim

e os vagabundos que não tem pilim

Mas pelo meio das formas
e das aparências sem fundo
parecendo que amo o mundo
amo-me sobretudo a mim

Talvez venha a querer ao mar
ou vagamente a um vagabundo

talvez os ame no fundo

Mas no rodar infindo
daquilo que não tem fim
quero-me principalmente a mim

Ao resto das formas
e das aparências do mundo
amo só assim-assim



joão habitualmente
os animais antigos
vila do conde : objecto cardíaco
2006



Sem comentários:

Enviar um comentário