20 dezembro 2013

antónio ramos rosa / para um amigo…



Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo,
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

  
antónio ramos rosa
viagem através de uma nebulosa
ática
1960




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