13 setembro 2013

herberto helder / um dia destes…



um dia destes tenho o dia inteiro para morrer,
espero que me não doa,
um dia destes em todas as partes do corpo,
onde por enquanto ninguém sabe de que maneira,
um dia inteiro para morrer completamente,
quando a fruta com seus muitos vagares amadura,
o dom ─  que é um toque fundo na ferida da inteligência:
¿oh será que um poema entre todos pode ser absoluto?
:escrevê-lo, e ele ser a nossa morte na perfeição de poucas
                                                                            linhas


herberto helder
servidões
assírio & alvim
2013



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