até onde vós
estais
Ó presenças
amigas, ó momento
em que
alongo o abraço e toco em cheio os rostos.
A minha
língua abriu-se para dizer a face
do vento que
percorre as vossas vidas.
Estou
perante a noite mais profunda:
a delicada
noite das raízes: vejo rostos,
vejo os
sinais e os suores das vossas vidas.
Atravesso
árvores submersas, ruas obscuras
poças de
água verde, e vou convosco ter
minhas faces
lívidas, mãe, amigos, amores.
A terra que
penetro é este chão de terra
com as
raízes feridas, com os ferozes pulsos,
a vertente
que desço é uma subida às vossas vidas.
NA MORTE DE ANTÓNIO RAMOS ROSA
ResponderEliminara morte sabe o que faz
- ninguém se iluda
quarenta exatos anos após
no mesmo dia exato
em que veio
buscar
o estro
de NERUDA