20 agosto 2013

wallace stevens / o lugar dos solitários



Que o lugar dos solitários
Seja um lugar de ondulação perpétua.

Quer seja em pleno mar
Na negra e verde nora
Ou nas praias.
Que nunca cesse
O movimento, ou o ruído do movimento,
O renovar do ruído
E múltiplos prolongamentos;

E, sobretudo, do movimento das ideias
E da sua incansável iteração.

No lugar dos solitários,
Que há-de ser um lugar de ondulação perpétua.



wallace stevens
harmónio
trad. jorge fazenda lourenço
relógio d´água
2006



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