De manhã muito cedo está
ainda escuro lá fora
Estou à janela a beber café
E com aquele ar matinal
Que passa por pensativo
Um rapaz e um amigo
Caminham pela rua fora
Para entregarem os jornais
da manhã
Usam bonés e camisolas
E um deles traz uma mochila
aos ombros
Parecem tão felizes
Embora não digam nada
Penso que se pudessem teriam
dado
As mãos
É de manhã cedo
E caminham juntos
Vêm aí lentamente
O céu está a clarear
Embora uma lua pálida esteja
ainda suspensa sobre a água
Que beleza. Por um minuto
A morte e ambição, até o
amor
Estão arredados disto
Felicidade. Ela chega
Inesperadamente. E passa em
frente
Qualquer dia de manhã muito
cedo fala acerca disso
raymond carver
(1938-1988)
tradução de jorge de sousa
braga
Belíssima tradução. A melhor que vi até hoje.
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