O meu espelho, correndo pelas noites,
Torna-se arroio e afasta-se do meu quarto.
O meu espelho, mais profundo que a orbe
Onde todos os cisnes se afogaram.
É um tanque verde na muralha
E no meio dorme a tua nudez ancorada.
Sobre as suas ondas, debaixo de céus sonâmbulos,
Os meus sonhos afastam-se como barcos.
De pé sobre a popa ver-me-eis sempre a cantar,
Uma rosa secreta cresce no meu peito
E um rouxinol ébrio esvoaça no meu dedo.
vicente huidobro
1893-1948
o mar na poesia da américa latina
(antologia)
trad. josé agostinho baptista
assírio & alvim
1999
gil, achei lindo
ResponderEliminarguardei p'ra mim
abraço