08 junho 2012

jean cocteau / dorso de anjo





Em sonhos rua que encanta
e uma trombeta irreal
mentiras são que levanta
um anjo celestial.

Que seja sonho ou não seja,
logo a mentira se afunda,
se a gente de cima o veja,
que todo o anjo é corcunda.

Pelo menos é-o a sombra
na parede do meu quarto.





jean cocteau
poesia do século xx
(de thomas hardy a c. v. cattaneo)
antologia e tradução de jorge de sena
editorial inova
1978


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