25 abril 2012

sophia de mello breyner andresen / como uma flor vermelha






À sua passagem a noite é vermelha
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.





sophia de mello breyner andresen
obra poética I
caminho
1999




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