18 fevereiro 2012

aurora maria amaral / correm graves os tempos






Correm graves os tempos
de manhãs sombrias e suadas
é tanta a solidão e a dor antiga
acordamos os bolsos vazios
os sorrisos plenos enlutados
pelo tempo de espera
à porta do amor
Gira que gira a minha bola de cristal
ousada
Roda que roda o meu poema breve
alado
Tragam-me luzes
cor e movimento
acendam-me o palco vazio
tombará por fim a lágrima oprimida
e o tempo seguirá sombrio e certo
na sua austeridade




aurora maria amaral








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