20 julho 2011

francisco sardo / novembro I

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demasiado o sol   esta estiagem
pungente como voz que se desprende
do que sobra à coragem de o dizer

cálida luz a sagra   sacrilégio
no latente fulgor das dálias tardias
crisântemos que vibram como ecos

esta paz que alta impregna o sortilégio
cintilante na síntese que poupa
a proa desta nau   (ou deste não)
 
desta ideia sobre as dobras da memória
de mortes muitas   lúcidas   sem luto
das lutas que cruzaram seu deserto
 





francisco sardo
as rugas do calcário
edição do autor
1983
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