1Esta é a estrada
que me atravessa o tórax
com os seus marcos leves.
Vagarosa vida em terraplanagem,
vivo medo. Tem o cascalho,
o pó, o macadame negro
que nos esmaece. Vai cortar-nos
o som com que gritámos.
Abater a colina clara,
que percorríamos, amantes solitários.
Vai esquecer-se dos passos
de parentes e pássaros.
É a estrada que esventra.
Estivemos no começo
e no fim do seu tempo.
fiama hasse pais brandão
cenas vivas
relógio d'água
2000
Gosto da poesia de Fiama Hasse Pais Brandão
ResponderEliminarEste poema é sólido e frio, cubo de gelo a ameaçar derreter.
Muito bonito o poema da Fátima- forte, denso, reflexivo. Aprecio este estilo. Obrigada pela visita ao meu blogger. Um abraço.
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