Os melhores anos da minha vida
passaram comigo ausente, passaram
numa corrente subterrânea.
Não me apercebi de nada, distraído
com a queda das folhas,
a densa mistura de pão e desordem.
Estava tudo em aberto, mas eu não sabia
senão de pequenas querelas,
e tímidos passos à toa, sempre à espera
de não ter futuro. Sentado, como um pobre,
sobre o poço de petróleo,
eu media com tesouras as semanas,
misturava-me com livros, ansiava
pelo dia em que deixasse de sangrar.
Os melhores anos da minha vida troquei-os
por isto.
josé miguel silva
vista para um pátio seguido de desordem
relógio d'água
2003.
:D
ResponderEliminarIsabel
Os melhores momentos as vezes são trocados por bagatelas sem valor, no entanto algum propósito há nessa troca.
ResponderEliminarBeijos doces de seu sabor preferido.
Este senhor é um portento.
ResponderEliminarterei que roubar.
ResponderEliminaré mais forte que eu (:
Contente com a tua curiosidade :-)
ResponderEliminarEste teu poema é lindissimo, permite-me porém discordar de ti.
Quem sabe se os melhores anos da tua vida não estarão ainda para vir?! Quem sabe se toda a apredizagem que adquiriste naqueles que julgas que perdeste não serão a mais valia para a tua felicidade futura?! Quem sabe?! Corre atrás dela, vá... :-)
Adorei sua forma de escrever!Parabéns!
ResponderEliminarbarbosa.juliana.zip.net
Lindíssimo...
ResponderEliminarParabéns.
"E o pior é que chamamos liberdade
ResponderEliminara um tapete que, rolante, já não ouve a opinião dos nossos pés; que nos leva para onde e anuímos, alheados, aos mecânicos desígnios do terror."
José Miguel Silva
conheces este gajo?
ResponderEliminarum monumento de gente
nao ninguem como o miguel