voei na dança de nuvens vermelhas
pejos testemunhas daqueles
que no mais simples exercício de lucidez
nunca conseguiram elevar os pés acima do sonho. e vi
copas de velas humanas amedrontadas pelo cinza das
almofadas indefinidas. fumos negros saídos das
vossas línguas infaustas
incapazes de serem filtrados pelos cardumes
de peixespecado que moram
na vossa saliva agreste
agora que o sol desbaratou as nuvens que me eram colmo
resta-me esperar que o gritar do fogo
me guie até casa
pois quando vir tudo pintado com o filho
do laranja vermelho incandescente
saberei certamente
que o meu legado é consumido a par com o mundo
pedro s. martins
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