23 novembro 2008

m. fernanda silva / ele paira








ele paira
entre dois céus de arame
ele paira
no leito das loucuras ambulantes
sobre os folhos dos louros rios
universais
entre duas mãos que se aglutinam
dois pensamentos enfeitados
de florescentes canduras

ele corta o volume
da estátua de pedra entalada
nos longínquos cenários
do seu espaço adormecido
enquanto paira

as nuvens roçam a pele dos pégasos
perdidos entre mercúrio
e o sol
rutilante sedutor dos temerários
devorador das ambições filiais
deus dos esfriados meninos
sem mamã

ele paira entre ele e ele
no exíguo leito de espelhos
estilhaçados








m.f.s.





6 comentários:

  1. "no exíguo leito de espelhos
    estilhaçados"
    Um final belíssimo para um poema mto bom.

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  2. 1ª visita, 1ª impressão: fico mais! :)

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  3. excelente escolha.

    que belo poema!

    Obrigado

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  4. Ele paira e o poema flui em perfeita harmonia.

    Beijos girados.

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  5. Belo poema. Gostei do blog.

    http://obliterante.blogspot.com

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