(...)
Do fundo do coração brotam-me lágrimas
Se penso, Amor, na minha amada;
Não passa duma criança, que encontrei
Pálida, imaculada, no fundo dum bordel,
É uma criança, loura, risonha e triste,
Não sorri nem chora;
Mas no fundo dos seus olhos, quando vos deixa beber
Treme um delicado lírio de prata, a flor do poeta.
É meiga e calada, sem nada a apontar,
Estremece à vossa aproximação;
Mas quando eu volto, daqui, dali, da festa,
Ela dá um passo, depois fecha os olhos -
e dá um passo.
Porque ela é o meu amor, e as outras mulheres
Só têm vestidos de ouro sobre grandes corpos
de chamas,
A minha pobre amiga está tão desamparada
Está toda nua, não tem corpo - é demasiado pobre.
É uma flor cândida, delgada,
A flor do poeta, um pobre lírio de prata,
Muito frio, muito só, e já tão seco
Que as lágrimas brotam se penso no seu coração.
blaise cendrars
prosa do transiberiano e da joaninha de frança, excerto
poesia em viagem
trad. liberto cruz
assírio & alvim
1974
e deste mar entrego-te o prémio dardos que poderás dar aos teus 15 eleitos.
ResponderEliminarpodes ver os dardos aqui: http://edestemar.blogspot.com/2008/10/obrigada-lus-pelo-prmio-dardos-que.html
em que atraso eu vivo, que não conhecia...
ResponderEliminarLamento por isso, mas fico feliz por conhecer a partir daqui.
Obrigada. Sempre é um bem contar com este canal. Magnífico.
Um abraço
M.
Obrigado por compartilhar!
ResponderEliminaralguém sabe onde posso achar ou encomendar uma cópia da Prosa do Transiberiano na tradução de Liberto Cruz ? nada no site da A&A ....