10 abril 2008

há sede nos cantos da boca






há sede nos cantos da boca encerrada para obras
películas brancas brotam dos caminhos para o beijo
regos de águas paradas enxameiam as planuras
das aguarelas encaminhadas no sentido inverso
da nostalgia

a menina deixa a saia de tule branco
para usar uns calções de pele genuína
esganado que foi o animal da sua alma

saem-lhe perfumados chifres da cabeça
entontecida
os problemas respiratórios agravam-se
com a boca fechada para obras
os beijos perdem o norte
e enrolam-se nas palhas dos trigos ceifados
nas planuras aguareladas
repletas de nostalgias remanescentes







m.f.s.






3 comentários:

  1. Quem faz um poema abre uma janela.
    Respira, tu que estás numa cela abafada,
    esse ar que entra por ela.
    Por isso é que os poemas têm ritmo
    - para que possas profundamente respirar.
    Quem faz um poema salva um afogado.

    ...Mário Quintana...

    Agora queria ficar morando aqui.
    Mas estou de passagem.
    Deixo aqui admirações a abraços!

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  2. gostei desta sede nos cantos da boca. um abraço. boa semana.

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  3. Que brisa nasce por este blog! voltarei.

    A SEIVA

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