20 setembro 2007

flor de sal




não chames por mim
levo nos olhos queimados
o fim dos desertos

não te posso escutar
na branca solidão dos dias
porque até no meu silêncio
te matei

não chames por mim
levo nos passos
o veneno da Lua

a espuma do tempo
sai-me das mãos vazias
e apaga o trilho
por onde as vozes
podem chegar

não chames por mim
levo o peito tão rasgado
de ausência!

e no meu coração
só há
uma vermelha flor de sal
que já ninguém
pode tocar




gil t. sousa
poemas
2001





4 comentários:

  1. Lindíssimo!

    Parabéns por este enriquecedor espaço que dá asas à poesia que é para mim um vasto campo verdejante por descobrir!

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  2. Lindo demais...
    Inspirador...
    Obrigado


    sOl*

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  3. cheguei aqui via o nascer do sol. visitei-o brevemente e gostei muito de alguns dos textos e poemas que li. autorizar-me-ia a publicar alguns dos seus poemas no meu blog?

    até breve|

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