28 março 2005

quatro estações #crónicas de inverno

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19:40


o relógio da estação marcava
dezanove e quarenta

um alto e entroncado homem
sorria de um dos lados da linha

todos os dias

do outro sorria uma mulher
com os seus dezanove
e quarenta anos

a reter, os brincos da mulher
estridentes de silêncio

e as botas dele
invulgarmente mudas

a dilecção dela
eram homens pontuais

a dele mulheres
sorridentes ao silêncio

dia dezanove de um mês
invernoso
do ano de quarenta

de um lado da linha
não havia vislumbre
de mulher ou homem

e do outro
também não



nuno travanca

8 comentários:

  1. Há blogs que merecem um elogio, e o teu é um deles! Belos textos e excelentes fotos!! Aproveitei tb para te "pedir licença" para te linkar pelo meu blog para que os visitantes tenham a oportunidade de te visitar tb! Um abraço - João (http://p3nsam3ntos.blogs.sapo.pt)

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  2. Sim, gostei do poema...

    Soou estranho, mas soou bem...

    Não são 19:40 neste momento,

    Mas são poemas de 19 valores e 40 dB sonoramente profanos na mente.

    Muito bom...

    Artur Rebelo

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  3. Travanca, não sou teu fã. Parece-me que qd te tornares um pouco mais humilde e deixares a pose de vedeta que tens, poderás ser um bom poeta.

    Mas este poema é bastante bom. Impossível não se gostar.
    Parabéns.

    Ana Maria.

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  4. dia dezanove de um mês
    invernoso
    do ano de quarenta

    a única estrofe k gostei... n tou a dizer isto p deitar o poeta abaixo, apenas acho k tem alguma falta de conteúdo. noto o amor platónico e a ideia k transmites, mas acho k foi mal explorado por estrofes e versos demasiado curtos. expande um bocado mais as ideias. se fores bom, e acho k és, podes fazê-lo sem compremeter o poema e a sua estética.

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  5. "a reter, os brincos da mulher
    estridentes de silêncio

    e as botas dele
    invulgarmente mudas

    a dilecção dela
    eram homens pontuais

    a dele mulheres
    sorridentes ao silêncio"

    _____________________________

    não interessará ao poeta que eu diga que isto é muito, muito bom. nem que outros digam que não o é.

    o poeta escreve para si. e vive do que escreve dentro dele.

    e mais nada.

    não é, nuno?

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  6. o anterior comentário é meu. sem querer, saíu anónimo.

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  7. os poemas são dos leitores.

    se disserem bem de algum poema, dirão, provavelmente de si próprios, assim como o contrário, também.


    o que escrevi fui eu que escrevi. se quiserem chamem-me anónimo, eu até agradeço.

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  8. pois eu gostei muito deste poema. ;)

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