Brinquedos
Nós, que somos espantosamente grandes,
que já não deslizámos pelo gelo desde as duas guerras,
Ou se o fizemos alguma vez, sem querer
Já nos fracturámos um ano,
Um dos nossos importantes e duros anos
De gesso...
Oh, nós, os espantosamente grandes
Sentimos por vezes
Que nos faltam os brinquedos.
Temos tudo o que necessitamos,
Mas faltam-nos os brinquedos.
Temos saudades do optimismo
Do coração de algodão das bonecas
E da nossa nau
Com três fieiras de velas,
Que tanto sulcava as águas
Como a terra firme.
Gostaríamos de montar um cavalo de madeira
E que o cavalo relinchasse ao mesmo tempo que a madeira
E que nós lhe disséssemos: 'Leva-nos a algum sítio
Não importa qual,
Porque em qualquer sítio da vida
Propomo-nos levar a cabo
Formidáveis façanhas'.
Oh, quanta falta, por vezes, nos fazem os brinquedos!
Mas nem sequer podemos estar tristes
Por essa razão,
E chorar com toda a alma,
Agarrando a perna da cadeira
Porque somos tão adultos
Que não há ninguém mais velho que nós
Para nos acariciar.
Marin Sorescu,
de "Simetria"
Tradução colectiva
Poetas em Mateus, Quetzal
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ResponderEliminarSou do canal poesia e vejo que tens aqui um excelente blogue:
ResponderEliminarTb tenho um blogue.. com a minha poesia..
é o albertovelasquez.blogspot.com
Abraço e parabéns.
mt bom blog parabens
ResponderEliminarfeliz natal para todos os que veem e "trabalham" no blog
passem em www.poetaasvezes.net
abraço
'Leva-nos a algum sítio
ResponderEliminarNão importa qual,
Porque em qualquer sítio da vida
Propomo-nos levar a cabo
Formidáveis façanhas'.
¡Qué maravilla! -Toda una lección de vida. (¡y qué placer leer la musicalidad del idioma nai! ...cuánto tiempo lejos!)
Me ha gustado muchísimo.
Muchísimo.
Este poema.
Saf ;-))