Que difícil é andar entre a gente A fingir que não se morre, E neste jogo de trágicas paixões Confessar que não se viveu ainda.   E, per...

      Quando as raiadas serpentes rastejarem sobre nós E os nervosos gritos dos pássaros Calarem todas as fontes e os pomares e quando estes...

    11   Mas um dia a uma hora de crepúsculo qualquer, quando mais sós nos encontrámos, raiou de súbito nas praias um fulgor de fogo.   E de...

      Há muito, muito tempo, antes de ser artista com tormentos, afligindo-me o desejo, mas incapaz de formar apegos duradouros, muito antes...

    Recordo bem este medo da infância. Evitava as poças, sobretudo as novas, após a chuva. Afinal, uma delas poderia não ter fundo, ainda qu...

    Lembro-me da música dos lugares a oeste dos planos para este reino amado que pretendemos tanto tomar de assalto antes dos brados do fogo...

      Mesmo no interior do quarto És o lado de fora da casa Os inúmeros degraus da casa. A mais antiga Criança subindo-os um a um       dani...

      Comprei café, cigarros, fósforos. Fumei, bebi e fiel à minha retórica pessoal estendi os pés sobre a mesa. Cinquenta anos e uma convic...

    XIX   Ouve, primavera: não te atrevas a sair das rosas para o mundo.   Não venhas arrepender de beleza fácil este meu instinto – tão con...

  Se ao menos não houvesse dúvidas: é aquela hora de bruma e de medo e a relva, amanhecendo úmida, tem como raízes vísceras misturadas. Se a...

    Porque não há nada em vez de tudo? – perguntou o cientista – Tudo me cansa: a tentativa, o esforço. O consegui-lo. Tudo é redondamente i...

      Tantas vezes me esperaste em vão no fundo dos cafés ou numa esquina da cidade, tantas vezes tantos anos, que por esses anos eu não ent...

    3   esquecida sobre a cadeira a escova do cabelo a que se ensarilharam desperdícios de reflexão e untada numa porção de sol   pede para ...