04 setembro 2015
manuel gusmão / uma pedra na infância
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Põe uma pedra uma pedra sobre a infância Para que de vez se cale essa respiração contida suspensa no escuro Põe, digo-te, u...
03 setembro 2015
fernando pinto do amaral / zeitgeist
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Os meus contemporâneos falam muito e dizem: «Então é assim», com o ar desenvolto de quem se alimenta do som da própria voz, quand...
02 setembro 2015
vitorino nemésio / o canário de oiro
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Se deixo entrar este canário de oiro Que me espreita e debica (Eu que sou ossos ‑ a gaiola, Débil passarinho loiro! Eu, professo...
01 setembro 2015
jorge luís borges / o mar
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Antes que o sonho (ou o terror) tecera mitologias e cosmogonias, antes que o tempo se cunhasse em dias, o mar, sempre o mar, já e...
31 agosto 2015
condessa de dia / numa azáfama constante
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Os negócios não os deixam descansar De noite fazem contas de dia galopam A sua vida é uma azáfama constante Desconhecem que sobre...
30 agosto 2015
fernando pessoa / autopsicografia
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O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escr...
29 agosto 2015
gil t. sousa / seguíamos a água
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seguíamos a água porque a secura nos cercava como um animal quase louco do alto de pedras antigas avistávamos cidades par...
1 comentário:
28 agosto 2015
sophia de mello breyner andresen / as fotografias
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Era quase no inverno aquele dia Tempo de grandes passeios Confusamente recordados ─ A estrada atravessava a serra pelo meio Em ...
27 agosto 2015
amadeu baptista / carta de atenas
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16 Há uma cidade sem mar em que procuro uma praia. Os homens chegam. Não despertaram as casas e já tomo nos braços o meu vazio....
26 agosto 2015
josé agostinho baptista / o centro do universo
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É o fim a teus pés, as caravanas partem através da bruma, os filhos partem através de ti. No interior dos salmos escutas o seu co...
25 agosto 2015
glória gervitz / migrações (fragmentos)
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Recomeço Não é na obscuridade da fé É na dúvida Porque não chove? Jamais regressarei E o aqui vi...
24 agosto 2015
mário cesariny / o riso útil
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o riso útil da amorosa retine de tal maneira no pobre quarto côr-de-rosa que as tuas mãos de senhor já não sabem por que milagr...
23 agosto 2015
alberto caeiro / ao entardecer
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Ao entardecer, debruçado pela janela, E sabendo de soslaio que há campos em frente, Leio até me arderem os olhos O livro de Cesár...
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