25 janeiro 2016

carlos de oliveira / leitura



Quando por fim as árvores
se tornam luminosas; e ardem
por dentro pressentindo;
folha a folha; as chamas
ávidas de frio:
nimbos e cúmulos coroam
a tarde, o horizonte,
com a sua auréola incandescente
de gás sobre os rebanhos.

Assim se movem
as nuvens comovidas
no anoitecer
dos grandes textos clássicos.

Perdem mais densidade;
ascendem na pálida aleluia
de que fulgor ainda?
e são agora
cumes de colinas rarefeitas
policopiando à pressa
a demora das outras
feitas de peso e sombra


carlos de oliveira
pastoral
1976





1 comentário:

Gabriel disse...

Parabéns pela escolha do poema, gosto do jogo das palavras, nos traz imagens, de uma finece incrível.

Gostei do blog, abraço!

http://devaneios-irreais.blogspot.com.br/